Iniciou sua carreira dedicando-se à pintura de figura e paisagens, mas tornou-se conhecido ao estabelecer vínculos com a arte experimental. Foi um dos pioneiros da fotografia abstrata e do modernismo no Brasil também é considerado um dos mais importantes artistas do movimento concretista brasileiro.
As imagens de Geraldo de Barros se formam a partir da desconstrução. O efêmero, o fragmento, o tempo, o descontínuo, a ação estão presentes em suas obras. A partir da reordenação de elementos, cria uma nova composição. Em seus trabalhos estão sempre presentes as questões sociais e urbanas, além da inquietude diante da relação entra e a arte e a sociedade.
Foi fundador e membro de grandes e importantes movimentos e associações artísticas como o Grupo 15, em 1947. Integrou no mesmo ano a mostra 19 Pintores, na Galeria Prestes Maia, onde conheceu Waldemar Cordeiro.Em sua trajetória, experimentou diversos meios. Foi aluno de Clóvis Graciano, Colette Pujol e Takaoka entre 1945 e 1947, período em que participou de Salões Nacionais que lhe renderam alguns prêmios.
Geraldo Barros também se utilizou muito da técnica do fotograma, como também sanduíches de negativos, duplas exposições e até desenhos diretos sobre o negativo, técnica utilizada por Geraldo de Barros em sua série Fotoformas.
Geraldo por alguns anos abandonou a fotografia e dedicou-se a outras artes e ao design. Em 1996, após ter sofrido diversas isquemias cerebrais e com suas funções motoras totalmente debilitadas retoma seu processo fotográfico e com a ajuda de sua assistente, a fotógrafa Ana Moraes, realiza sua última produção: Sobras.
Na fase final de sua vida, com a saúde extremamente comprometida, Geraldo retoma seu trabalho de intervenção da fotografia. O que mais tarde viria a ser chamado de “Sobras” surgiu a partir do momento em que, segundo sua filha Fabiana de Barros, ao vasculhar algumas gavetas ela encontra uma grande gama de fotografias realizadas pelo pai. Em maior parte estas imagens e negativos eram de registros familiares de viagens e paisagens. Segundo Nakamura as composições eram geometricamente estruturadas, porém, com um toque de um lirismo, bem parecidas com as brincadeiras de recorte e colagem feitas pelas crianças e, como as crianças, Geraldo sempre se manteve receptivo as mais diferentes manifestações e descobertas em qualquer área. Sem medo de ousar e de experimentar, acreditava sobretudo, na “liberdade como norteadora da vida”.
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